quarta-feira, 18 de junho de 2008

Lançamentos, Shows e Indicação CHORUME

Por Raphael Dias Nunes

DISCOS

Coldplay - Viva la Vida or Death and All His Friends

O quarto disco da banda inglesa tem como marca registrada a mistura de ritmos e a continuidade de um trabalho que vem sendo bem-sucedido: Fazer músicas boas, que surtem algum tipo de reação no ouvinte. As críticas principais giraram em torno da falta de inovação da banda. O que seria uma grande inovação, segundo tais críticos? A banda segue um estilo, já consagrado e o mantém em algumas faixas de seu novo disco. Não, realmente não existe nenhuma mudança radical de gênero e de estilo, mas dizer que não existem novidades seria uma verdadeira mentira. Ousadia não pode ser confundida com inovação.
A misturada já começa na segunda faixa, em "Cemiteries Of London", que além de se perceber uma grande influência da banda irlandesa U2, a levada folk pode ser assimilada nas cordas do violão. A banda deixa a bateria de lado em "Lost!" e inaugura uma percussão movida à palmas e batidas frenéticas no bongô, com o som característico do órgão no fundo. Essa música promete levantar o público nos shows de uma possível futura turnê (na esperança de que eles retornem ao Brasil também). Aliás, a mesma faixa pode ser conferida também em uma versão acústica, com o característico solo de piano de Chris Martin. "Lovers in Japan" também aparece duas vezes no álbum, sendo a segunda em versão acústica (violão solo). As melhores faixas ficam justamente com as que mais inovam e mais conservaram: "Yes" possui uma levada difícil de definir, podendo ser confundida até com o ritmo country, acompanhada de um violino acelerado no refrão, onde se tem uma sonoridade árabe. "A excelente "42", segue a já conhecida atmosfera fria e reflexiva da banda, com uma mudança repentina para o ritmo dançante, do meio para o final da música.
Ao todo, as 16 faixas valem serem conferidas, uma a uma, mais de uma vez. O som do Coldplay nem sempre é o mais simpático à primeira vista. Mas, depois de adaptado às nossas percepções e sensibilidades, é capaz até de inspirar o ouvinte. É uma sonoridade bonita. É Belo.



SHOWS

O destaque da semana fica com a última apresentação de "Obra em Progresso", no espaço Vivo Rio. Caetano Veloso, em sua quinta e última apresentação, junto com o trio da Banda Cê, contará com a participação de Moreno Veloso e Davi Moraes, além dos sempre presentes Jorge Mautner & Nelson Jacobina, fixos sempre nos bis. O projeto tornou-se conhecido e interessante por ser chamado de "temporada-laboratório" para o lançamento de futuros projetos discográficos. Caetano, com sua famosa irreverência, cantou em uma de suas interpretações "Três Travestis" (Zezé Motta, 1982) em um de seus shows anteriores, fazendo uma irônica analogia ao vexame de Ronaldo, quando ainda fervilhava nas manchetes da época. Além disso, Caetano formata o seu futuro disco, anunciado como "Transasamba". Quem ainda quer ver o grande compositor baiano deve correr ao Vivo Rio ainda hoje, às 21h30m. Depois de Caetano, o projeto segue com suas atrações, sempre às quartas-feiras.


INDICAÇÃO CHORUME

Gotan Project - La Revancha del Tango

Nossos hermanos estão fazendo bonito também. A banda, uma verdadeira orquestra, mostra o que pode ser feito (e como!) com o ritmo mais conhecido dos argentinos. O tango se apresenta de uma forma remixada, com levadas a eletrônicas, resultando em um trabalho belo, muy bello! O álbum "La Revancha del Tango", de 2001, é espetacular. Um verdadeiro colírio para os ouvidos. Além de se poder diferenciar claramente o som de cada instrumento na gravação do disco, o ritmo dramático e ao mesmo tempo dançante predomina na obra. Uma obra-prima, que leva em uma de suas principais faixas, a música tema do longa "Dança Comigo?" ("Shall We Dance", 2004, de Peter Chelsom), está neste disco. "Santa Maria (del Bueno Ayre) é a linda canção que leva a lindíssima Jennifer Lopez fazer a bela cena de dança junto do galã Richard Gere. Ainda falando em cinema, o disco reverencia o diretor Bernardo Bertolucci, com uma versão nova para a música-tema de seu filme "Last Tango in Paris" (1973), onde a faixa leva o mesmo nome do filme. A banda não deixa ainda de tocar em temas sociais em "Queremos Paz" e "El Capitalismo Foraneo". Em suma, o disco é uma obra-prima, valendo indicação para todo e qualquer amante de uma boa música de qualidade.


xxx x xxx

Em breve, a coluna irá trazer mais atrações de música, para os violeiros que curtem cifras e tablaturas!


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